sexta-feira, 24 de maio de 2013

Aquela Praia Deserta...

Estava ali sentada na areia de uma praia deserta, olhando para as ondas cinzentas e ligeiramente agitadas, sem pensar em nada que não fosse as ondas cinzenta. Senti algo tocar-me nas costas muito levemente, virei-me e dei de caras com um Ser de estrutura magnificamente imaculada quase perfeita...Ele estendeu-me a mão como que me convidando para dançar a valsa. Observei a sua mão seguidamente a sua face voltando novamente a olhar para a mão. Estendi o meu braço hesitando antes de agarrar na sua mão. A sua mão estava quente e agarrara na minha mão de forma delicada mas firme. O seu olhar brilhante fixava-se no meu, convidando-me a confiar nele, e assim o fiz. Sorri, parecia que lhe conhecia a uma eternidade... Deixo-me guiar por ele até ao mar, que agora já se acalmara um pouco, entrando pelas ondas a dentro. Soltou-me a mão e sorriu convidando-me, novamente com o olhar, para lhe seguir o ritmo enquanto nadava. Ele nadava de forma tão graciosa e descontraída que nem parecia humano. Desajeitada tentava acompanhá-lo e assim que apanhei o geito esqueci-me completamente dos meus stresses, problemas, ansiedades e medos.
Após nadarmos durante algum tempo regressamos à praia e senta-mo-nos lado a lado na areia maciça. Ao lado daquele Ser misterioso estava um cesto de piquenique repleto da minha comida favorita. Ele abre o cesto e de lá pairou o cheiro do seu conteúdo deixando-me com água na boca. Em seguida ofereceu-me um Oreo. Agradeci, peguei na bolacha e dei uma dentada, até parecia que era a primeira vez que estava comendo aquele tipo de bolachas! 
Assim que paramos de comer levanta-mo-nos e ficamos frente a frente. Sorriu ternamente para mim e senti-me a corar. O quê que quereria aquele ser de mim? Estendeu a mão e colocou uma madeixa de cabelo atrás da minha orelha. Com a outra mão puxou-me para o seu peito envolvendo o meu corpo num quente e doce abraço. Depois, vagarosamente, largou-me sorrindo e fez uma vénia. Ri e corei simultaneamente fazendo também uma vénia. 
E assim Ele se afastou de mim tão subitamente quanto apareceu...

quinta-feira, 23 de maio de 2013

« Não é insónia, é saudade. »

O relógio marcava as quatro horas da manhã... Lá fora a chuva caia, fazendo um tilintar hipnotizaste. Na cama ela permanecia inerte, enrolada no calor das memórias. Não conseguia parar de pensar nos na hipóteses de um passado diferente, nas opções que não considerou, os erros que cometera e nas oportunidades que perdeu... Não conseguia esquecer nem perdoar o mal que lhe fez. Ele era um doce de pessoa, tão maravilhoso, tão... tão... tão perfeito! Ela não se sentia digna de estar ao seu lado. Ele era perfeito demais para ela.
Enquanto as lágrimas lhe corriam pelo rosto e o coração se apertava no seu peito, as memórias deles os dois assombrava a sua mente. Todas as conversas até a madrugada e todas as gargalhadas e todos os toques e todos os olhares... agora resumiam-se a nada. Ela jurara nunca partir-lhe o coração, mas assim o fez. Mesmo sem ter tido a intenção de o magoar, magoou  Contudo, apesar de toda a dor, bem lá no fundo ela sabia que o amava de um geito diferente e que eles nunca poderiam estar juntos...

«Princesa»

Texto Dedicado à C.Camacho.

A sua voz terna e grave estremeceu ao meu ouvido provocando no meu corpo um arrepio... A sua voz permanecera igual apesar dos anos todos que tinham passado! «Princesa», voltou a dizer porém no meu outro ouvido, voltei a arrepiar-me. Senti as suas mãos na minha cintura puxando-me para ele. O seu calor aqueceu-me as costas provocando-me novamente um arrepio pelo meu corpo todo... «Princesa,» - repetiu ele - «nunca devia ter-te abandonado... Não sabia o que estava a perder, não te dei valor...» apertou-me mais contra ele enterrando a sua face na cavidade entre o meu ombro e a minha clavícula. «Sei que te fiz sofrer, mas mudei... quero corrigir os erros que cometi. Poderás alguma vez me perdoar?».
De repente, viro-me para ele e vejo no lago azul dos seus olhos, agora transbordados de lágrimas, o seu sofrimento, dor e saudade como que numa súplica para que voltasse a me entregar a ele. Tocou-me na face. «Desculpa» murmurou. [...]

sábado, 18 de maio de 2013

Os confins da minha mente...

Fui dormir tarde, e assim que pousei a cabeça na almofada as lágrimas irromperam os meus olhos molhando a minha face. Não sabia ao certo porque chorava... se era da dor latejante que sentia irromper no meu peito ou se era pelo enorme vazio que sentia na minha vida... A minha mente ia sempre buscá-lo, procurando-o sedento por mais, mais amor, mais paixão, felicidade, adrenalina... Naquele momento tinha medo de voltar a ser magoada, de voltar a me precipitar, de me deixar levar pelos momentos, de fazer asneiras, de me entregar... medo do imprevisto e do desconhecido... 
Dou por mim de novo em busca da memória dele nos confins da minha mente. Sinto saudade dele, tanta que perdi a vontade de sorrir e de ser feliz. Sinto que recuei mil passos, para o momento em que me sentia tão só... 
Sei que tenho um terrível defeito: creio demais nas pessoas. Creio em cada palavra, cada toque, cada suspiro, carícia, cada inspiração e expiração... Adapto-me à pessoa, entrego-me, prendo-me, habituo-me e fico de tal forma confortável que nem antecipo a sua partida. Nunca estou à espera. Nunca acredito que vá acontecer. Não quero acreditar. E quando dou por mim ali estou com o coração partido, novamente, nas minhas mãos, chorando até não ter força para mais nada, até as lágrimas secarem e até cair num sono profundo.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Nunca vão perceber.


Estou aqui sentada na cama, de novo com aquele desejo. Aquele desejo que me persegue há uma semana. O desejo de me expressar através da escrita mas sem saber o que dizer, nem como dizê-lo. Aquela vontade de voltar a pegar num papel e numa caneta e apenas escrever. Escrever mesmo que não faça sentido...mesmo que ninguém perceba a minha letra... mesmo que eu chore...até a tinta da caneta se acabe ou até o teclado se quebre...
As pessoas que supostamente se preocupam comigo estão me dizendo o que fazer e o que não fazer... como agir... Falam de mim como se eu não pudesse ouvir... falam sobre nós... como se eu não soubesse o que estou a fazer... como se eu fosse estúpida, uma criança ingénua... talvez o seja, uma criança...
...A minha felicidade saiu daquela porta contigo. A minha vida deixou de fazer sentido após receber o teu e-mail. Não me respondes aos sms, não me atendes as chamadas... Sinto um enorme vazio dentro de mim.
Como foste capaz de desistir de tudo, quando prometeste que irias lutar por nós?! Como foste capaz de desistir de mim?! De que vale as nossas discussões parvas se no final do dia não podemos voltar a estar nos braços um do outro?! Falhamos... Mas ainda há tempo!... Não há?... Podemos voltar atrás!... Não podemos?...
´´Eles´´ não percebem, nunca perceberão. Não sei como lhes explicar que te amo... EU AMO-TE!! Nunca vão perceber... Nunca vão perceber que cada momento que passo contigo sinto-me livre, sinto-me EU, sinto-me independente e capaz de tudo. Nunca vão perceber o amor que nutrimos um pelo outro. Acham que sou um Ser incapaz de perceber o Amor por ser "nova demais para essas coisas". Nunca vão perceber que ao estar ao teu lado estarei sempre protegida, nada nem ninguém me fará mal...Nunca vão perceber que me forneces ideias para o futuro, o teu e o meu futuro, que és um rapaz decente, que... Nunca vão perceber. Ninguém me pode ajudar porque nunca vão perceber O Nosso Amor. Mas pouco importa agora o que me aconteça agora pois já perdi tudo o que tinha a perder...